Pages

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ironia do mundo.

Com o ensino cada vez pior - e ainda por cima sendo mais difícil conseguir uma reprovação -, temos gente saindo das universidades quase sem saber coordenar pensamentos e expressá-los por escrito, ou melhor: sem saber o que pensar das coisas, desinformados e desinteressados de quase tudo. Fico imaginando como será em algumas décadas. A ignorância alastran-se pelas casas, escolas, universidades, escritórios, congressos, senados... Multidões consumistas passeando nas portas e corredores de gigantes shoppings, países inteiros saindo da obscuridade - não pela democracia ( que nem existe ) mas para participar da orgia de aquisições, e entrar na modernidade.

Acredito nos que querem pensar, estudar, descobrir, inventar, pintar, dançar, correr, cantar, escrever vão viver numa espécie de ilha. Talvez em universidades tradicionais ou ultra-adiantadas, ou no aconchego de bibliotecas em casa, praticamente todas de e-books ou recursos com que nem sonhamos, exigindo pouco espaço.

Já existem em países adiantados intelectuais, pensadores, pesquisadores, cientistas pagos simplismente para pensar, criar, inventar, descobrir. As atuais agitações em países do Oriente me fizeram pensar que a filosofia ( os gregos ) foi sbustituída pela religião, a religião pelas ideologias, e as ideologias atualmente pelo consumismo desenfreado e que corrompe o comportamento humano para com outro. Não sou contra consumir, gosto do meu celular eficiente e relativamente moderno, a necessidade de falar foi suprida, mesmo que esse celular venha cair na famosa "moda" eu não vou sair correndo para comprar outro, isso não me deixa ansioso, compulsão idiota.

Meu notebook são atualizados e eficientes mas não importa que em algumas semanas estejam superados, desde que funcionem bem tá beleza, gosto de trocar de carro quando o outro bate a biela ( nem sei o que é biela, mas ouvir falar ). Porém, nem posso nem desejo estar sempre com o último modelo, ou o mais luxuoso. Diante da miséria de meu país, acho que isso me envergonharia, como caríssimas joias e bolsas ou roupas de grife. Vivo uma busca de simplicidade, que ajuda bastante a viver curtindo mais e melhor as coisas boas que existem no meio do horror. Podem ser simplíssimas, como um livro interessante, um passeio no parque, a vista do mar, assisir o canal Animal Planet ( muito bom ). Coisas desse tipo deixam a vida mais leve, o tempo parece que anda mais devagar, esquecemos que temos tantos compromissos ( não esquecendo que temos muitos ) bebemos demais, comemos demais, contas a pagar demais e de repente a velha e querida companheira de todos a Morte, que revira seus olhos de gato, limpa os bigodes e prepara o bote.

E nós, onde estamos? Em casa, na cama, na loja, no bar, na praia, na multidão enlouquecida, na solidão do hospital - ou redeados de alguns afetos essenciais? Ou sozinhos, mas apaziguados? Ou em alguma ilha, que pode ser de artitas ou pensadores dignamente valorizados, ou no minúsculo escritório, ou quarto, em casa, sentindo o contetamento de alguns momentos bons, ou simplismente refletindo, contemplando?

Vamos ter "curtido" a vida, coisa que se aconselha aos jovens desde o tempo de minhas avós ( no caso eu ainda sou jovem né?) Bom de viver é naquele tempo de moças recatadíssimas - vamos continuar infatilizados e com os olhos vendados a realidade ou vamos melhorar um pouco como seres humanos? Ou isso tudo não interessa nadinha? ( O que é mais provável ).

O que vai ser, o que vamos sentir, alegria ou tormento, ansiedade inútil ou trabalho de crescimento pessoal, e como vamos enfrentar as unhas afiadas daquela velha dama de gélidos olhos? Quase sempre depende de nós, que giramos feito baratas tontas em busca da última novidade, do mais moderno acessório, da mais louca diversão. E essa é a maior ironia.

4 comentários:

Anônimo disse...

muito bom o texto.

Thiagø disse...

Valeu pela visita, volte sempre! ^^

Joe Luigi disse...

Muito bom teus textos e teu blog, irei segui-lo.

Thiagø disse...

Já estou te seguindo também Joe, obrigado pela visita. Volte sempre!